Simpósio em SP vai discutir ações anticorrupção nas empresas


Os desafios e impactos da nova lei anticorrupção britânica, que entrou em vigor em 1º de julho, e as tendências de compliance e processos de due diligence serão debatidos durante o Seminário – Legislação Internacional Anticorrupção – Contexto e Tendências. De acordo com a advogada Isabel C. Franco, do escritório Koury Lopes Advogados (KLA), organizador do evento, as empresas estão utilizando cada vez mais os programas de compliance não só como uma forma de combate à corrupção, mas também como estratégia concorrencial.
“Hoje, as corporações que são conhecidas pela sua qualidade e, principalmente, por sua transparência, ganham destaque, atraindo investidores e clientes”, explica Isabel. Segundo a especialista, ao adotar uma conduta ética para sua atividade, a empresa contribui para o fortalecimento de sua marca de maneira distinta. A especialista ressalta que a associação de uma marca com ações de corrupção é um desastre no mercado. “O consumidor premia as empresas íntegras e éticas”, lembra.
Mecanismos de combate à corrupção tanto no setor privado quanto no público não são exclusivos de países como Estados Unidos e Reino Unido. Segundo Isabel, está sendo fechado o cerco à corrupção mundial. As empresas estão se adequando às mais novas regras de compliance.
“As mudanças de comportamento no mercado brasileiro são evidentes. As empresas ou filiais brasileiras estão pensando duas vezes antes de entrar ou continuar no mundo da corrupção. A penalização vem de todos os lados, especialmente do consumidor. Diversas companhias estão contratando serviços de assistência a programas de compliance, pois a corrupção que começa com uma pessoa pode levar a empresa à falência”, afirma Isabel.
O seminário terá cinco painéis: Visão Geral da Legislação Global Anticorrupção; Elementos Principais da FCPA, da Lei Antipropina do Reino Unido e das Leis Brasileiras; Estruturação do Programa Ideal de Compliance; Conduzindo Averiguações Internas Efetivas e Completas; Conduzindo Due Diligence de Corrupção em Joint Ventures e Fusões e Aquisições.
Entre os participantes estão Sérgio Romani, sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco, Matthew J. Herrington, sócio da Steptoe & Johnson LLP,  Peter Knight, sócio da Bird & Bird, Tara Giunta, sócia da Paul Hastings LLP, Josie Jardim, diretora jurídica para a América Latina da GE Corporate, Thaís Carlone, diretoria jurídica da Dow Brasil, Luís Carlos Torres, sócio do escritório Demarest e Almeida Advogados, Giovanni Falcetta, da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr, e Quiroga Advogados, entre outros.
O evento será realizado no dia 14 de setembro no auditório Cultura Inglesa, em São Paulo. A inscrição é gratuita e as vagas são limitadas a dois representantes por empresa. A inscrição pode ser feita pelo telefone (11) 3799.8261.

Empresários já se preparam para uma economia de baixo carbono



      O setor empresarial brasileiro vem se preparando para ter condições de atuar em uma economia de baixo carbono. Mas um acordo internacional é imprescindível para evitar ou reduzir os efeitos econômicos e sociais do aquecimento global. A afirmação é do técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Ronaldo Seroa da Motta.
      “Já se observa uma corrida para a economia de baixo carbono. O setor privado se organiza porque percebe que, mais cedo ou mais tarde, sem acordo ou com acordo, essa realidade será inevitável. Mas o mercado, por si só, não poderá lidar com os custos das mudanças climáticas”, argumenta Motta.
      Para o pesquisador do Ipea, o grande desafio das negociações mundiais sobre o clima é a polarização entre os Estados Unidos e a China, os principais motores da economia e maiores emissores mundiais de gases do efeito estufa. “A disputa entre Estados Unidos e China precisa ser resolvida. Se o acordo de Quioto não for renovado, com metas mais ambiciosas e vinculantes, na conferência de Durban, em dezembro, teremos um grande retrocesso”, diz.